segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Perspectiva

De volta à vida normal e ao raciocínio eloquênte, conseguir enxergar as diferentes perspectivas que podem existir acerca de um fato.
As perspectivas observadas de hoje serão a partir de uns assaltos que sofri em um curto intervalo de tempo.
Primeiro, como não poderia deixar de ser, acreditei que estas coisas acontecem, e vêm acontecendo com cada vez mais frequência devido a absurda desigualdade social em que vivemos. Se de fato existisse democracia, igualdade de oportunidades etc etc etc, teríamos uma sociedade muito menos violenta e angustiante.
Como consequência, cri que aumento no policiamento da cidade não iria resolver nenhum dos problemas e ainda iria aumentar a angústia diária que somos obrigados a sentir quando saimos de casa. Não se combate violência com mais violência, já que o disparador da violência é a própria violência (não dar direito à moradia, trablho, dignidade, alimentação, sobrevivência, aquelas coisinhas básicas que não podemos viver sem) - negar tais direitos a qualquer pessoa é a maior violência que se pode infringir a alguém.
Como segunda opção, podemos tirar um pouco de nossa responsabilidade (social) e jogá-la no sujeito-ação. Ele, dentro das poucas escolhas que tinha, escolheu ser ladrão, roubar e tal. A culpa não é toda dele, tadinho, porque ele não tem mãe, ou não tem pai, ou não tem qualquer coisa que pudesse instruir o caráter dele corretamente. Como já está corrompido seu caráter, podemos instaurar a pena de morte, e continuar com esta onda de violência que não tem mais fim.
Nesta opção, eu prefiro não acreditar.
Como última oção citada aqui, e como forma de nos isentar totalmente de qualquer responabilidade social, mas como pessoas de bom coração que somos, assumir toda a responsabilidade do fato para nós, podemos simplesmente achar que somos azarados, afinal, essas coisas não acontecem com todo mundo, somente com os azarados. Eu poderia ter saído um minuto mais cedo do restaurante, ou ter ficado um minuto a mais na festa, ou blá blá blá, ou lá lá lá, mas não, azarada como sou, não tinha jeito. A salução é tão simples quanto o problema: banhos de folha. Ah, não ha nada como banhos de folha, revigoram a alma, tiram as coisas ruins e devolvem nossa sorte. Como seria bom se todos os nossos problemas pudessem ser resolvidos como esse.
Então, licença, mas tenho que ir ali comprar umas folhas, pelo menos este problema já está resolvido. Os outros eu vejo mais tarde.

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